sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

"Para Rodrigo Sant'anna"

Divulgação


Criado no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, e no bairro de Quintino, o ator usou muito de sua história de vida para escrever Os Suburbanos, que levou à cena em 2005. Um sucesso, em cartaz por seis anos, a peça rendeu, primeiro, o convite para uma ponta em A Diarista. Depois de vê-lo no palco, Renato Aragão convocou-o para trabalhar em A Turma do Didi. Hoje, aos 31 anos, Rodrigo Sant’Anna acumula dois papéis criados por ele — Valéria e Adelaide, no humorístico Zorra Total —, além de duas participações em programas de rádio cariocas. No teatro, estrela o monólogo Comício Gargalhada, no Theatro Net Rio, e provoca risadas na pele do Burro em Shrek — O Musical, no Teatro João Caetano. Famoso no cinema, o jumento amigo do ogro é o primeiro personagem interpretado por Sant’Anna que não é de sua autoria. 

Você consegue se ver em um papel sério? Adoro o que faço, mas não gosto de me limitar. Apesar de eu já escrever comédia, o humor veio meio por acaso. Nunca me achei muito engraçado. Não era o palhaço da turma, sou muito tímido. Tenho bom humor e, eventualmente, sou brincalhão, mas não imaginava que fosse acabar trabalhando só com comédia. Hoje sou muito feliz fazendo humor. 

Sua atuação em Shrek tem sido muito elogiada. Como é atuar em um espetáculo com crianças na plateia? Está sendo uma experiência muito gratificante. E o Burro é tão carismático! Acho que ele, por si só, já tem características favoráveis para conquistar o público. O engraçado é que, quando recebi o convite para integrar o elenco da peça, eu respondi: "Obrigado! Não sei cantar". Nem conhecia a história. Na época, quando me chamaram, ainda pensei: "Que sacanagem! Querem que eu interprete um burro!". Depois, fui convencido a fazer o teste de voz. E agora estou lá, superfeliz.

Morro dos Macacos, Quintino e, agora, Ipanema. O que mais mudou na sua vida? Só o lugar onde moro e os locais que frequento. E cuido para que seja só isso mesmo, porque internamente nada pode mudar. É claro que hoje eu vou muito mais ao teatro, frequento restaurantes, às vezes até caros. Antes, eu comia joelho na pastelaria do chinês. Mas é só isso. Adoro praia, por exemplo, só que quase não consigo ir, embora esteja mais perto dela. No mais, tudo o que vivi foi importantíssimo, me ajudou a construir os personagens. Estar na Zona Sul me aproxima ainda mais do subúrbio, porque consigo enxergar claramente as dificuldades pelas quais a galera passa. E admiro muito a alegria dessas pessoas. Gosto de representá-las.

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