quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Sucesso como pedinte no ‘Zorra Total’, Rodrigo Sant’anna fica ricaço no teatro

Rio -  Quando morava no Morro dos Macacos, Rodrigo Sant’anna tinha um sonho: ganhar os palcos. Aos 18 anos, começou o curso de teatro — presente dado por sua mãe. “Eu era o pior da turma. Era muito sofrido, pois não me encaixava no grupo. Vinha do subúrbio para fazer teatro na Zona Sul”, revela. O mundo deu voltas. Aos 31 anos, o humorista colhe o sucesso de Valéria e Adelaide, suas personagens no ‘Zorra Total’, estreia hoje a peça ‘O Patrão’ e ainda ensaia o musical ‘Shrek’, que entra em cartaz em dezembro.

Ator comemora sucesso | Foto: Fernando Souza / Agência O Dia


E, seja qual for o personagem, lá está o DNA popular de Rodrigo. “O Manoel Carlos fala do Leblon. Eu falo do Morro dos Macacos. Essa é minha essência. Sempre observei as diferenças sociais”. Na TV, os bordões ‘ai, como eu tô bandida’, de Valéria, e ‘me dá 50 centarro’, de Adelaide, arrancam risadas do público. Enquanto isso, ele entra na pele de Agildo, protagonista de ‘O Patrão’, em cartaz às quartas, sempre às 21h, no Theatro Net Rio.
“Ele é um cara muito rico, que fala atrocidades. Coisas do tipo: ‘Eu corro de tudo que é de graça. Não vou ao shopping, por exemplo. Você logo vê que a mão de quem está ali está sempre vazia. Só querem tumultuar a vida de quem quer gastar. Praia é outra coisa que deveria ser cobrada. Nada caro. Um valor simbólico: R$ 60’”, adianta o humorista.
Ator caracterizado | Foto: Divulgação

Escrita e dirigida por Rodrigo, a peça faz uma sátira desse ponto de vista. “Gente desse tipo merece o que o Agildo vive: a solidão”, opina ele, que construiu o personagem a partir da observação cotidiana. “Chega no domingo, a praia lota. Aí, quem mora na Vieira Souto começa a falar: ‘Não sei por que esse ponto final de ônibus aqui’”.
Ainda assim, nem Agildo escapa. “Por mais que seja rico, ele é quase um emergente na fala. Sou muito impregnado de subúrbio”, comenta. E o mesmo acontece quando ele interpreta o Burro no musical ‘Shrek’, dirigido por Diego Ramiro — que entrará em cartaz no Teatro João Caetano. “Tem uma hora que chamo a Fiona de ‘Nem’”, diverte-se Rodrigo.
Os fãs nem desconfiam, mas o ator garante que é tímido. “Outro dia, passei na frente de um bar e todo mundo gritou: ‘Valéééria’. Fiquei envergonhado”. Mesmo com tanta repercussão, o ator garante que está longe de virar ‘estrela’. “Se tiver que comprar material para a peça na Rua da Alfândega, eu vou”, diz. “Tem uma frase do Agildo com a qual eu concordo: ‘Pessoas têm mania de falar que o mundo é injusto. Cada um tem o que faz. Se é viciado em trabalho, vai ganhar dinheiro. Se é viciado em álcool, ganhará cirrose”.
O Teatro Net Rio fica na rua Siqueira Campos, 143 Sobreloja, Copacabana (2147 - 8060). Ingressos custam R$ 60 (balcão) e R$ 80 (plateia). 

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